De questionado a favorita a medalha. A seleção brasileira feminina de vôlei mostrou que já deixou a péssima primeira fase olímpica para trás nesta terça-feira, ao bater a Rússia por 3 a 2, em um jogo eletrizante e cheio de viradas no placar. Com a vaga assegurada, o Brasil encara o Japão na semifinal, no duelo por uma vaga na disputa pelo bicampeonato olímpico.
Com atuação exuberante de Sheilla no tie-break, a equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimarães acabou com a invencibilidade de cinco partidas das adversárias ao vencer por3 sets a 2, parciais de 24-26, 25-22, 19-25, 25-22 e 21-19.
De quebra, afugenta o ‘fantasma’ da eliminação de Atenas 2004. Naquela Olimpíada, o Brasil vencia o quarto set por 24 a 19 e desperdiçou os quatro match points. As russas ganharam a parcial e, depois, no tie break, eliminaram a seleção brasileira, por 3 sets a 2. Nas finais dos dois últimos Mundiais, em 2006 e 2010, ambas as edições no Japão, novas derrotas para as grandes rivais. Também por 3 sets a 2. Desta vez, porém, que lamentou foi a turma de Gamova.
Em Pequim 2008, as brasileiras venceram as russas por incontestáveis 3 sets a 0, mas a vitória veio na segunda rodada da fase de grupos e não numa disputa eliminatória. No Grand Prix 2011, em Macau (CHN), o Brasil venceu a Rússia na semifinal, por 3 sets a 0. A vitória de hoje, porém, teve um gosto especial.
O jogo
No primeiro set, o erro do Brasil logo no primeiro saque russo deu a impressão de que a equipe jogaria mal. Mas foi só impressão. Com uma boa defesa, a Seleção teve dificuldade para converter os ataques no início da parcial, porém, aos poucos as jogadoras se tranquilizaram e o placar ficou empatado em 8 a 8.
Como acontece normalmente nos confrontos contra as russas, as brasileiras sofriam para bloquear a gigante Gamova (2,02m). Mas com a defesa muito bem no jogo, principalmente com a líbero Fabi, o Brasil conseguia defender os ataques da rival. Com isso, a Seleção virou e colocou dois pontos de vantagem até as russas empatarem em 15 a 15.
A partida seguiu equilibrada, mas o Brasil desperdiçava mais contra-ataques. Num grande rali, em que terminou com a virada da Rússia para 19 a 18, Sheilla teve três oportunidades para virar e não conseguiu. Com a entrada de Fernandinha e Tandara, o Brasil se recuperou e o duelo ficou empatado até as russas fecharem em erro de Sheilla: 26 a 24.
O equilíbrio continuou no segundo set. A defesa brasileira seguia muito bem posicionada, mas a equipe do técnico José Roberto Guimarães precisava ser mais efetiva nos contra-ataques. Mesmo assim o Brasil foi para o primeiro tempo técnico do set vencendo por 8 a 5.
Também com boa defesa, a Rússia tentou uma reação mas, após outro grande rali, Fernanda Garay virou um belo ataque: 10 a 7. Em seguida, com boas defesas e erros das russas, o Brasil abriu 13 a 7. Com uma melhora considerável no bloqueio, a Seleção começou a parar o ataque adversário e fez 16 a 9.
Após queda de rendimento, as russas reagiram e encostaram no placar: 19 a 17. Depois de ótimo ataque de Sheilla, a central Fabiana conseguiu um ace e o Brasil respirou no set: 21 a 17. O placar chegou a 24 a 19, que não trazia boas lembranças para as brasileiras, a Rússia encostou, mas a Seleção fechou em 25 a 22.
Com a levantadora Dani Lins fazendo uma boa partida, o Brasil abriu 3 a 0 no início do terceiro set, mas deixou a Rússia reagir. A Seleção, no entanto, retomou a liderança até as adversárias empatarem em 11 a 11. Com erros consecutivos da equipe brasileira, as russas viraram a abriram boa vantagem: 15 a 12.
A Rússia se aproveitou da distância no placar, administrou bem a diferença e fez 24 a 19. Em belo bloqueio, fecharam a parcial em 25 a 19.
No quarto set, em erros do Brasil, as russas abriram 3 a 0. A Seleção caiu de rendimento e a Rússia aumentou a vantagem para quatro pontos. Mas a equipe brasileira soube mante a tranquilidade para reagir e virar para 11 a 9 após o tempo técnico do set. Com erros de ambos os lados, as duas seleções passaram a se alternar na dianteira do placar até o Brasil liderar até 19 a 19.
Com bom volume de jogo, menos erros no ataque e bloqueios, as brasileiras abriram 22 a 19. Sem errar, e mantendo a tranquilidade, o Brasil fechou o set em 25 a 22 após excelente bloqueio.
No tie break, o Brasil 2 a 0, mas o duelo seguiu equilibrado. Com extrema frieza, algo raro na equipe brasileira, a vantagem de dois pontos foi mantida até a Seleção fazer 10 a 7. A Rússia, no entanto, reagiu. O Brasil poderia ter aberto 12 a 10, mas a arbitragem marcou bola fora em ataque de Garay que foi nitidamente dentro. Mas a Seleção não se abalou e fez 13 a 10. As russas, novamente, reagiram e empataram em 13 a 13. Logo depois, Fabiana atacou para fora: Rússia 14 a 13.
Em ataque de Sheilla, Brasil empatou em 14 a 14. A seguir, a Seleção desperdiçou boas chances e Rússia fez 15 a 14. Sheilla novamente: 15 a 15. Em bloqueio para fora, as russas fazem 16 a 15. Sheilla, de novo, 16 a 16. Sokolova faz 17 a 16. Thaisa empata mais uma vez: 17 a 17. Em outro bloqueio para fora, Rússia faz 18 a 17. Sheilla, a melhor em quadra, empata tudo de novo: 18 a 18. As russas ficaram na frente novamente: 19 a 18.
Depois, só deu Brasil: Sheilla empatou mais uma vez em 19 a 19. Em saque colocado de Garay, Brasil faz 20 a 19. Na sequência, Garay repetiu o saque venenoso, e atrapalhou a recepção russa. A bola voltou fácil e Fabiana fechou em 21 a 19.
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